A classificação dos diferentes tipos de sons faz-se com base na sua gama de frequências. O espectro sonoro abrange os infra-sons, os sons audíveis e os ultra-sons. Alguns dos instrumentos que são utilizados em variadas áreas baseiam-se na utilização da energia transportada pelas ondas, que pode posteriormente ser transformada em informação útil.
Existem variadas aplicações na área da medicina, das quais são exemplo:
Na medicina o som é usado nas ecografias. A ecografia tem várias finalidades, sendo fundamentalmente um importante instrumento de diagnóstico (permitindo obter excelentes imagens de orgãos como os rins, o fígado ou a bexiga), mas é bastante utilizada também para a verificação e controlo do desenvolvimento do bebé.
Este processo é feito com o auxílio de um computador que recorre à emissão de ultra-sons, que se propagam nos tecidos e que se refletem parcialmente de cada vez que mudam de meio. A sonda colocada num ponto da pele recebe os ecos refletidos pelos diferentes tecidos. Conhecendo o tempo remoto do eco, a sua amplitude e a sua velocidade de propagação, deduzem-se informações sobre a natureza e a espessura dos meios atravessados.
O computador trata essa informação e permite a obtenção de imagens em tempo real.
O som também é usado na litotrícia. A litotrícia é uma técnica não invasiva utilizada para fragmentar cálculos (pedras) existentes no rim ou na vesícula biliar, de forma a permitir a sua expulsão.
Este processo é feito com um aparelho chamado litrotitor para produzir ultra-sons, que são em seguida concentrados por intermédio de um refletor, de modo a poderem ser dirigidos para um ponto preciso. Os Ultra-sons pulverizam pedras renais em partículas finas que podem depois ser expelidas de modo natural.
A grande vantagem da litotrícia reside na não necessidade de intervenção cirúrgica. Para além disso, é uma técnica com grande eficácia para a eliminação de cálculos sem prejudicar os tecidos envolventes.
O estetoscópio é um instrumento que se encontra associado à medicina desde sempre. Trata-se de um equipamento que serve de auxiliar à audição do médico, permitindo que este possa ouvir melhor os sons provenientes do interior do nosso corpo humano, com particular destaque para o coração e os pulmões.
A maioria dos sons do coração é de baixa frequência, situando-se numa zona onde a sensibilidade auditiva é baixa. Já os pulmões apresentam geralmente sons com frequências maiores.
O som também é usado no tratamento terapêutico de algumas doenças rebeldes ao tratamento clássico. Mas a sua essencial aplicação é baseada nos seus efeitos caloríficos, particularmente sensíveis sobre os ossos. Mas também, empregados no tratamento de reumatismo, lumbago, ciática e nevralgia e para impedir o desenvolvimento de certas formas de tumores ósseos.
Os sons também podem ser utilizados para a localização, quer pelo homem, quer por outros animais:
A "eco-localização" designa a capacidade que alguns animais possuem para utilizar os ultra-sons para a sua orientação e locomoção. Podem também utilizar este sistema para capturar as suas presas. Os golfinhos, os morcegos e as baleias recorrem a este sistema, não só para comunicarem entre si, mas para se orientarem e caçarem.
O sonar é um instrumento que emite ultra-sons que ao enbaterem nos objetos que se encontram na água, refletem o seu eco. A posição é determinada pelo conhecimento do intervalo de tempo entre a emissão e a receção dos ultra-sons (sendo necessário para isso conhecer também a sua velocidade na água). O sonar permite não só detetar obstáculos ou seres vivos no oceano (como submarinos ou cardumes de peixes), mas também permite saber a que distância se encontra o fundo (importante na circulação em águas pouco profundas).