física

Para-raios

O que é? Quem o inventou?


O para-raios

O funcionamento de um para-raios
Fig. 1 - O funcionamento de um
para-raios

O para-raios foi inventado no século XVIII, por Benjamin Franklin.

É o equipamento mais indicado para proteger edificações das descargas elétricas vindas da atmosfera - os raios. Ele é formado por três elementos principais: os captadores (uma haste de metal pontiaguda), um cabo de ligação preso a isoladores e uma grande placa metálica enterrada no solo. Os materiais mais utilizados em para-raios são o cobre e o alumínio. Ele deve ser instalado no ponto mais alto da área a ser protegida, já que este é o local mais atingido por raios.

O equipamento funciona de acordo com um princípio físico conhecido como “o poder das pontas”, segundo o qual as pontas metálicas finas do para-raios atraem os raios para si, já que nelas se concentram mais cargas elétricas. A descarga elétrica é então conduzida pelo cabo de ligação até ao solo, onde um cabo aterrado dissipa a energia capturada.

Dizer que o para-raios atrai o raio é apenas um mito. Na realidade, ele oferece ao raio um caminho para chegar à terra com pouca resistividade. Quando uma nuvem com carga negativa passa por cima da ponta do equipamento, partículas positivas são induzidas ali, ionizando o ar atmosférico. Isso transforma o ar num bom condutor de eletricidade. A nuvem, então, descarrega essa energia por meio de uma faísca, libertando eletrões (partículas negativas) que serão dissipados no solo por meio da placa aterrada.

A área protegida pelo para-raios tem o formato de um cone, sendo a ponta da antena o seu vértice. A sua altura vai da ponta da antena ao chão e seu raio no solo mede cerca do dobro da altura em que está a ponta do dispositivo.


A invenção do para-raios

Os captadores utilizados num para-raios
Fig. 1 - Os captadores utilizados num
para-raios

O para-raio foi inventado em 1752 por Benjamin Franklin. O primeiro dispositivo montado por ele era uma haste de metal ligada à terra por um fio. Para desenvolvê-lo, Franklin realizou uma perigosa experiência utilizando um papagaio de papel durante uma tempestade, na tentativa de provar que os raios eram descargas elétricas.

Observando as centelhas produzidas por placas eletrizadas no seu laboratório, Franklin percebeu uma grande semelhança entre elas e os raios que vinham das nuvens. Para testar a hipótese de que seriam descargas elétricas, ele elaborou uma experiência bastante perigosa.

No verão de 1752, na Filadélfia, Franklin utilizou um papagaio de papel que tinha um pequeno arame amarrado nas suas varetas e um cabo que o ligava a alguns aparelhos do seu laboratório. Caso a sua hipótese estivesse correta, esse arame, seguindo o princípio do poder das pontas, atrairia para si a descarga elétrica do raio e levaria energia aos aparelhos, fazendo-os funcionar.

Foi o que aconteceu. Franklin comprovou que as nuvens produziam eletricidade. Em outubro do mesmo ano, ele publicou o relato de sua experiência no jornal Gazette e, depois, em seu próprio jornal, o Poor Richard, instruindo as pessoas, de forma detalhada, a instalar facilmente seu próprio para-raios.

Antes da descoberta do norte-americano, raios e trovões eram fenómenos naturais cercados por misticismo. Muitos acreditavam que as tempestades de raios simbolizavam a fúria dos deuses. Sendo um homem do iluminismo, Benjamin Franklin explicou tais acontecimentos de um ponto de vista científico. O domínio da natureza pelo homem era uma grande preocupação dos pensadores desta época.

Quando Benjamin Franklin desvendou o mistério por trás destes fenómenos, o temor místico foi-se dissipando, mas ainda hoje os raios causam medo e curiosidade. Essa e outras descobertas científicas deram ao século XVIII a denominação de “século das luzes”, a natureza passou a ser dominada e compreendida pelo homem.


Nota importante

Não é recomendado reproduzir a experiência feita por Franklin. Apesar de nesse caso ter tido um desfecho positivo, ela é EXTREMAMENTE perigosa e já causou a morte a várias pessoas que tentaram repeti-la.

Referências:

Texto adaptado de Para-raios