Esta é uma constelação débil, mas por outro lado fácil de encontrar, pois encontra-se logo a sul de Orionte.
Na antiguidade acreditava-se que era a sua cadeira. Os observadores egípcios consideravam-na o barco de Osíris, e os gregos e romanos identificaram-na com a Lebre, talvez por Orionte gostar de caçar estes animais e assim parecia oportuno colocar uma a seus pés.
Não existe, até onde se conhece, uma lenda diretamente relacionada com esta figura, mas a constelação foi usada por alguns filósofos gregos e romanos para apresentar determinadas ideias e conceitos, aproveitando as características da lebre, nomeadamente a fácil reprodução desta espécie.
Higino, escritor romano cuja obra é uma das fontes privilegiadas no estudo contemporâneo da mitologia greco-romana, escreveu um conto envolvendo a Lebre e que pretendia ilustrar a máxima de que " quem tudo quer, tudo perde ":
Segundo a história, um habitante da ilha de Leros teria trazido esta espécie para a região, na intenção de aumentar a oferta de alimento. A fertilidade e alta taxa de reprodução deste animal fez com que, em pouco tempo as lebres habitassem toda a ilha. Não demorou muito para que se vissem a braços, não com abundância de alimento, mas com uma praga de lebres que destruíam totalmente as colheitas. Num esforço concertado, a população conseguiu eliminar por completo a espécie da região, tendo desenhado a figura deste animal no céu como lembrança e aviso, para que a cautela deva imperar perante a soberba.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Leporis.
Alpha Leporis - Esta estrela tem o nome próprio Arneb, do árabe significando "a lebre". Trata-se de uma supergigante branco-amarelada de magnitude 2.6.
Gamma Leporis - Esta estrela dupla é fácil de decompor em qualquer telescópio, apresentando cores contrastantes. Está a vinte e um anos-luz de distância da Terra e faz parte do grupo da Ursa Maior.
R Leporis (Estrela Carmesim de Hind) - Trata-se de uma estrela que se aparenta com uma gota de sangue no céu. É um elemento variável que num período de 14 meses oscila entre as magnitudes de 5,5 até 11,7. A sua impressionante cor é digna de ser observada, quando atinge a sua máxima luminosidade.
M 79 - Tem o seu centro galático em Sagitário e encontra-se num lugar onde é rado ver grupos globulares. Com um telescópio de 200 mm ou maior é possível começar a distinguir as estrelas dos seus extremos.
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