Com exceção do Cruzeiro do Sul, esta é a constelação que ocupa menos espaço no céu. Encontra-se a sudeste do Golfinho e como não está provida de estrelas brilhantes, o seu interesse é escasso.
Poderá tratar-se de uma constelação antiga, podendo ter sido concebida pelo astrónomo grego Hiparco, no século II a.C. Mas a sua história é complexa.
O primeiro registo de Equuleus aparece na obra de Ptolomeu, o Almagesto, onde foram compiladas todas as constelações conhecidas dos Gregos clássicos até então. No entanto, ao contrário das outras constelações inventariadas neste livro, não se encontra nenhuma referência a Equuleus em obras clássicas de autores gregos, alguns deles não muito anteriores a Ptolomeu. A teoria de que teria sido o próprio a criar a constelação é algo descredibilizada, pelo facto de se saber que o autor se limitou a reunir conhecimentos de outros, existindo mesmo algumas opiniões formuladas por vários astrónomos ao longo da História, acusando-o de nunca ter feito qualquer observação do céu.
Tende-se a crer, por tudo isto, que a autoria de Equuleus dever-se-á a alguém relativamente contemporâneo de Ptolomeu, eventualmente àquele que é considerado o "pai" da Astronomia como ciência moderna, Hiparco, facto que, todavia, não se conseguiu até à data provar.
A lenda que se associaria a Equuleus é relativamente desconhecida, mas existem algumas referências a Potros na mitologia grega:
Equuleus poderia representar o Potro Celéris, irmão ou filho do cavalo alado Pégaso, oferecido pelo deus Hermes a Castor.
Outra lenda relata o episódio que envolve Hipe, a filha de Quíron, tutor de vários deuses e heróis lendários, representado no céu pela constelação do Centauro. Tendo engravidado de Éolo e não querendo revelar este facto ao seu pai, Hipe fugiu para as montanhas, onde deu à luz a sua filha Melanipe. Envergonhada e continuando a não querer que Quíron viesse a saber de tudo isto, Hipe pediu ajuda aos deuses do Olimpo. Ártemis teria então transformado Hipe num potro, colocando-a no céu escondida atrás da imagem de Pégaso - a constelação consiste apenas na representação da cabeça do Potro, surgindo atrás do corpo de Pégaso.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Equulei.
Alpha Equulei - Esta é a estrela mais luminosa da constelação, chamando-se Kitalpha, um nome de origem árabe que significa "pequeno cavalo". É uma dupla física (a proximidade entre as estrelas que a constituem é real) cujas componentes se encontram demasiado próximas uma da outra para que seja possível observá-las individualmente com instrumentos ópticos.
Delta Equulei - É por vezes referida pelo nome próprio, pouco usado, Pherasauval, contração de uma expressão árabe que significa "o primeiro dos cavalos". É uma dupla física, cujas componentes podem ser observadas individualmente através de telescópios modestos. Apresenta uma magnitude global de 4,5 e encontra-se a apenas 60 anos-luz de distância.
Épsilon Equulei - Trata-se de uma múltipla física cuja dupla principal pode ser observada separada nas suas componentes individuais mesmo apenas com uns binóculos. Com telescópios potentes, a mais brilhante do par revela ser, em si própria, uma dupla física. O sistema triplo apresenta uma magnitude global de 4,7.
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