constelações

Serpentário

Informação, história, lendas

Constelação Serpentário, Ofiuco (Ophiuchus)

Localiza-se na zona equatorial

Trata-se de uma constelação que cobre uma grande zona do céu, apresentando muitos pontos de interesse. Inclui algumas das nuvens de estrelas mais ricas da Via Láctea. O seu nome é de origem grega, significando "o portador de serpentes". Ofiúco constuma ser identificado com Asclépio, o deus da medicina.

Ofiuco, ou Serpentário como também é conhecida, é uma das constelações mais antigas do e representa um homem que segura uma grande cobra e a única, de entre todas as 88 oficializadas, cujo desenho se sobrepõe ao de outra. A figura do homem constitui a constelação de Ofiúco, enquanto a Serpente que ele segura representa uma outra, independente - a constelação da Serpente. A imagem de Ofiúco "corta" a constelação da Serpente em duas partes: Serpens Cauda (a cauda da Serpente) e Serpens Caput (a cabeça da Serpente). A área que sobrepõe a Serpente a Ofiúco, pertence à constelação de Ofiúco.

Serpentário
Fig. 1 - Constelação Serpentário

Segundo a lenda mais célebre, repleta de variantes, representa Asclépio, filho de Apolo com a mortal Corónis. Corónis comete uma infidelidade enquanto grávida de Asclépio, acabando por morrer vítima da sede de vingança de Apolo, que salva Asclépio do útero da mãe, entregando-o a Quíron, líder dos Centauros, para que lhe ensinasse as artes mais nobres. Asclépio torna-se num médico de perícia inigualável, capaz inclusive de ressuscitar os mortais. Não podendo permitir tal coisa, Zeus mata-o com um dos seus relâmpagos, provocando a ira de Apolo contra o líder dos deuses do Olimpo. Tenta então vingar-se de Zeus, matando os Ciclopes que fabricavam os seus relâmpagos e, por castigo, Zeus coloca a figura de Asclépio no céu, para que Apolo sinta a dor de ver a figura do filho e, simultaneamente, seja recordado de que não mais poderá trazê-lo ao mundo dos vivos...e mortais. Uma variante da lenda refere que, ao contrário da versão apresentada anteriormente, a colocação da figura de Asclépio no céu pretenderia consolar Apolo na sua dor.

A constelação de Ofiúco (ou Serpentário) faz, hoje em dia, parte do grupo das 13 constelações modernas e oficiais por onde o Sol passa durante o ano, caminho aparente designado Eclíptica. Deveria, à partida, estar associada pela astrologia a um dos seus Signos Zodiacais.

A 9 de Outubro de 1604, Ofiuco recebeu a supernova mais recente da nossa galáxia. Conhecida como estrela de Kepler, durante várias semanas brilhou mais do que Júpiter.

Estrelas e objetos do céu profundo

Serpentário
Fig. 2 - Figura da constelação Serpentário

O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Ophiuchi.

Alpha Ophiuchi - Esta estrela tem o nome próprio Rasalhague, de uma expressão árabe que refere "a cabeça do encantador de serpentes". É uma dupla física (a proximidade entre as estrelas que a constituem é real) demasiado difícil de se observar separada nas componentes individuais através de telescópios modestos. Encontra-se a 47 anos-luz de distância.

Beta Ophiuchi - Também tem o nome próprio Cebalrai, de uma expressão árabe que se refere ao "cão do pastor" - isto porque os Árabes antigos visualizavam representações celestes distintas das modernas, nesta área do céu: a estrela Alpha da constelação pertencia à figura de um pastor, enquanto que a Beta fazia parte do desenho do cão do pastor. Esta é uma gigante alaranjada com uma magnitude de 2,8 que se encontra a 82 anos-luz de distância da Terra.

M 9, 10, 12, 14, 19 e 62 - Representam todos eles grupos globulares que oferecem diferentes exemplos de concentrações de estrelas. M 9 e M 14 são ricos, enquanto que M 10 e M 12 são mais vagos. M 19 é oval e M 62 tem um contorno um pouco invulgar. Podem todos eles ser observados com binóculos, mas para melhor os apreciar é necessário um telescópio de 150 mm ou superior.

RS Ophiuchi - Esta nova recorrente entrou em erupção em 1898, 1933, 1958, 1967, 1985 e 2006. A sua magnitude mínima é de 11,8 e pode chegar a 4,3 durante as explosões. Encontra-se a cerca de 5000 anos-luz de distância.

Estrela de Barnard - Ela foi descoberta por Edward Barnard (igualmente famoso por ter compilado um catálogo de nebulosas escuras) em 1916, sendo o movimento aparente desta anã vermelha o maior de todas as estrelas conhecidas. Apresenta uma magnitude de 9,5 e encontra-se a seis anos-luz de distância da Terra, sendo assim a mais próxima, depois do sistema de Alpha Centauri.

NGC 6572 - Esta é uma nebulosa planetária com uma magnitude de 8,1, também conhecida como Nebulosa Berlinde Azul, devido à sua forma e tonalidade. Apresenta dimensões reduzidas e pode ser observada com telescópios modestos.

Referências:

Observar o Céu - David Levy - editora atena

Wikipédia - Constelação

Wikipédia - Lista de constelações

Astronomia para amadores