Esta constelação encontra-se a sul de Aquário e Capricórnio. É relativamente fácil de localizar graças à sua única estrela brilhante, Fomalhaut, chamada por vezes a solitária e repetidamente tomada como ponto de referência.
O Peixe Austral é uma das constelações mais antigas do céu, fazendo parte da mitologia de várias culturas ancestrais da Mesopotâmia, berço das primeiras civilizações humanas.
Várias civilizações visualizavam nesta constelação a figura de um peixe, pelo que está associada a lendas próprias de cada povo. Uma das mais antigas fontes de informação sobre esta representação celeste remonta aos antigos Sírios, que nela viam o peixe que salvou a deusa da fertilidade Atargatis quando esta caiu no rio Eufrates, perto da atual cidade de Manbij, no Norte da Síria.
A deusa teria tentado suicidar-se após uma desilusão de amor, do qual nascera uma criança, Semiramis, que viria a tornar-se na lendária rainha fundadora da Babilónia. Este mito explicava a razão dos Sírios de então não comerem peixes, por serem animais sagrados protegidos de Atargatis. Segundo uma versão grega, na qual Atargatis era identificada com a deusa Derceto, esta ter-se-ia transformado numa sereia.
Ainda na mitologia Síria, o Peixe Austral poderia estar associado ao deus Dagon, metade homem e metade peixe, inspirado no ainda mais antigo deus babilónico Oannes.
A constelação do Peixe Austral chegou a ser denominada "Piscis Notius", com o intuito de evitar confusões com a sua congénere Boreal, Peixes ("Notius" deriva do grego " Notos", nome do vento Sul e do deus que o governava).
Em alguns episódios religiosos de diversas fontes que mencionam "um grande Dilúvio", o Peixe Austral é visto como o ser que salva o Mundo engolindo a água do Dilúvio, aparecendo frequentemente associado à figura de Aquário.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Piscis Austrini.
Alfa Piscis Austrini - Esta estrela tem o nome próprio Fomalhaut, de uma expressão árabe ("Fom al Hat") que significa "a boca do peixe". É uma estrela branco-azulada de Magnitude 1,2, bastante mais brilhante que qualquer outra da constelação. É famosa por na sua órbita terem sido obtidas as primeiras imagens - na banda do visível - de um exoplaneta e, simultaneamente, ser uma das mais próximas de nós, a apenas 25 anos-luz. Outra das estrelas mais brilhantes do céu encontra-se à mesma distância, mas na constelação da Lira - tem o nome próprio Vega e esta similitude de distâncias leva a frequentes comparações entre ambas.
Beta Piscis Austrini - É uma dupla ótica (a proximidade entre as estrelas que a constituem é apenas fruto da perspetiva) de fácil resolução nas suas componentes individuais através de telescópios modestos. Apresenta uma Magnitude global de 4,3.
Lacaille 9352 - Trata-se de uma anã vermelha com, provavelmente, metade da massa do Sol e metade do seu tamanho, e uma das estrelas mais próximas de nós, a apenas 10.7 anos-luz de distância. Só é visível com binóculos ou telescópios, pois apresenta uma Magnitude de 7,3, fora do alcance da observação a olho nu.
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